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Contas externas têm saldo negativo de US$ 2,16 bilhões em novembro

Segundo BC, resultado é inferior ao registrado em igual mês de 2018
O déficit em transações correntes, que são compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do Brasil com outros países, chegou a US$ 2,164 bilhões em novembro, segundo dados divulgados  pelo Banco Central (BC). O resultado é inferior ao registrado em igual mês de 2018: déficit de US$ 3,052 bilhões.
De janeiro a novembro, o déficit atingiu US$ 45,047 bilhões contra US$ 35,424 bilhões em igual período do ano passado.
“No ano, teve um aumento no déficit em transações correntes de US$ 9,6 bilhões que é explicado inteiramente pela redução do superávit na balança comercial de US$ 47,1 bilhões [de janeiro a novembro] para US$ 34,6 bilhões [nos 11 meses deste ano]. Ou seja, se comparar esse resultado comercial foi até mais intensa do que a redução total nas transações correntes”, disse o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha.
Rocha explicou que o saldo da balança comercial está menor devido à redução das exportações, por efeito da crise na Argentina e pela menor demanda por soja pelos chineses. “No ano a exportações se reduziram 6,3%”, disse.
O superávit comercial chegou a US$ 2,777 bilhões em novembro e acumulou US$ 34,648 bilhões nos 11 meses do ano, contra US$ 3,578 bilhões e US$ 47,070 bilhões nos mesmos períodos de 2018, respectivamente.
A conta renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários), que também faz parte das transações correntes, ficou negativa em US$ 2,916 bilhões em novembro e em US$ 49,290 bilhões em 11 meses.
A conta de renda secundária (renda gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) teve resultado positivo de US$ 40 milhões em novembro, e de US$ 1,180 bilhão em 11 meses.
A conta de serviços (viagens internacionais, transporte, aluguel de investimentos, entre outros) registrou saldo negativo de US$ 2,065 bilhões em novembro, e de US$ 31,585 bilhões de janeiro até o mês passado.
Para dezembro, a estimativa do BC é que o déficit nas contas externas chegue a US$ 6 bilhões. Rocha projeta que o déficit em transações correntes neste ano e no próximo deve subir levemente. Isso porque o maior crescimento econômico esperado para 2020 eleva a demanda por bens e serviços importados. Além disso, as filiais no Brasil de empresas do exterior têm resultados melhores e, com isso, há elevação nos envios de lucros e dividendos para fora do país. Por outro lado, acrescentou Rocha, também há aumento de demanda por serviços do Brasil e as receitas para o Brasil de lucros e dividendos estão aumentando.
Viagens internacionais
Com o dólar em alta, as despesas de brasileiros em viagens ao exterior caíram em novembro. No mês passado, os gastos totalizaram US$ 1,247 bilhão, contra US$ 1,385 bilhão em novembro de 2018.
Nos 11 meses do ano, esses gastos com viagens ao exterior também estão menores. Nesse período, as despesas chegaram a US$ 16,097 bilhões, ante US$ 16,863 bilhões, em igual período de 2018.
Essa redução nas despesas é explicada pelo dólar mais caro, com média de R$ 4,16 em novembro. “A taxa de câmbio desvalorizando torna as despesas dos turistas mais caras”, disse Rocha.
As receitas de estrangeiros em viagem ao Brasil chegaram a US$ 432 milhões no mês passado e a US$ 5,403 bilhões em 11 meses. Com esses resultados, a conta de viagens, formada pelas despesas e as receitas, fechou novembro negativa em US$ 816 milhões e nos 11 meses do ano com déficit de US$ 10,693 bilhões.
Em dezembro, até o dia 18, as receitas de estrangeiros no Brasil chegaram a US$ 294 milhões e as despesas de brasileiros no exterior ficaram em US$ 890 milhões, gerando déficit na conta de viagens internacionais de US$ 596 milhões.
Investimento estrangeiro
Em novembro, o resultado negativo para as contas externas foi totalmente coberto pelos investimentos diretos no país (IDP). Quando o país registra saldo negativo em transações correntes precisa cobrir o déficit com investimentos ou empréstimos no exterior.
A melhor forma de financiamento do saldo negativo é o IDP, porque os recursos são aplicados no setor produtivo. No mês passado, o IDP chegou a US$ 6,985 bilhões contra US$ 9,080 bilhões em igual mês de 2018. De janeiro a novembro, esses investimentos somaram US$ 69,111 bilhões contra US$ 69,869 bilhões em igual período do ano passado.
A estimativa do BC para o IDP em dezembro é US$ 11 bilhões. Neste mês, até o último dia 18, esses investimentos chegaram a US$ 8,373 bilhões.

Agência Brasil

 

Redação

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