TECNOLOGIA E INTERNET

Modelos de inovação da Finlândia, Portugal e EUA podem servir de exemplo para o Brasil

Diretora de agência finlandesa sugere criação de uma estatal comum para inovação. Exemplos internacionais foram debatidos no 8º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria

Estabilidade das normas e maior abertura do Brasil para o mercado internacional. Essas são sugestões do português Pedro Rocha Vieira, cofundador da Beta-i, plataforma dedicada a construir ecossistemas de inovação. O grupo de Portugal está liderando a transformação da inovação digital humanizada, focada em aceleração, inovação corporativa e educação. Vieira participou nesta segunda-feira (10), em São Paulo, do 8º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Sebrae. 

“O Brasil tem que investir mais em estabilidade e competitividade. Sem isso, investidores não se sentirão confortáveis para investir no país”, sugeriu Pedro Vieira.

“É preciso reformar leis trabalhistas e a parte fiscal. O Brasil também tem que promover uma maior abertura para o mercado internacional e apostar na atração e retenção de grandes talentos para o país”, completou o executivo.

ESTATAL DE INOVAÇÃO – Para Hanna Marttinen-Deakins, diretora da agência governamental da Finlândia “Bussiness Finland”, todos os países deveriam criar uma estatal de inovação comum. Segundo ela, o país nórdico desenvolveu uma estratégia digital que envolve o governo e o setor privado, na qual há metas para o país e prioridade para o financiamento da inovação com colaboração do setor privado. “Eu diria que 50% do investimento vem de cada lado, com todos trabalhando para a mesma meta, que são estratégias nacionais”, detalhou.

 Hanna Marttinen-Deakins, diretora de agência filandesa, conta que seu país desenvolveu uma estratégia digital que envolve o governo e o setor privado

“O papel do governo finlandês é ajudar a criar uma almofada de proteção para essa tentativa de acerto e erro que é inovar. O governo entra para dar uma certa segurança ao empreendedor”, frisou. Perguntada sobre sugestões para o Brasil por Ricardo Pelegrini, sócio-fundador da Quantum4 Soluções de Inovação, moderador do painel “Ecossistemas de inovação de sucesso: Estados Unidos, Portugal, Finlândia, Brasil”, Hanna disse ter “soluções fantásticas”.

“A principal seria promover colaboração no front da inovação entre pequenas e grandes empresas com pesquisa e academia. Essa é a única forma de firmar a inovação no Brasil em longo prazo. É preciso para isso haver uma mudança de mentalidade. Outra questão diz respeito à educação. Vocês têm universidades fantásticas, mas é importante lembrar que é preciso capacitar as pessoas desde os mais jovens até os idosos sobre os vários pontos positivos da tecnologia”, recomendou Hanna.
 

INVESTIMENTO FEDERAL – O vice-presidente-executivo do Conselho de Competitividade dos Estados Unidos, Chad Evans, afirmou que não há como o país avançar em pesquisas, ciência e tecnologia sem o apoio do governo federal. “Temos nos EUA esforço há mais de 20 anos. Pensando no governo é preciso investir em P&D. Isso é básico. É uma tendência dos governos”, pontuou. Ele observou que outro ponto fundamental é equilibrar a carteira de investimentos em inovação. “Não pode ser tudo para ciência da natureza ou saúde, é preciso diversificar e reduzir riscos para empreender no país. Pesquisa é a chave, é o cerne”, completou.

 Norte-americano Chad Evans explica que não há como o país avançar em pesquisas, ciência e tecnologia sem o apoio do governo federal.

FALTA DE RECURSOS PÚBLICOS – Para Pierre Lucena, presidente do Porto Digital, parque tecnológico localizado em Recife (PE), a solução para o Brasil é um pouco distante da realidade dos EUA, que têm no governo uma grande fonte de recursos para investimentos. “Os governos no Brasil perderam capacidade de investimento. Os projetos que dependem de governo têm da parte pública somente a contrapartida, atualmente”, afirmou, referindo-se à crise financeira enfrentada pelo poder público no Brasil.

Pierre Lucena, presidente do Porto Digital, parque tecnológico localizado em Recife (PE), diz que os governos no Brasil perderam capacidade de investimento.
CNI

Redação

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