EMPRESAS E EMPREENDEDORES

Minas Gerais e Rio Grande do Sul puxam crescimento da indústria em setembro

Dez dos 15 locais pesquisados pelo IBGE mostraram taxas positivas na produção industrial e ficaram acima da média nacional de 0,3% em setembro, em relação a agosto. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal Regional, divulgada hoje.
O analista da pesquisa, Bernardo Almeida, observou que a maior influência positiva foi Minas Gerais, com expansão de 2,4% – a terceira alta da indústria mineira, que acumula 4,1% em três meses.
“Minas Gerais teve o maior peso no indicador de setembro, devido à influência positiva da indústria extrativa, especialmente minério, que representa 18% da indústria do estado. O índice de 2,4% é a taxa mais intensa desde janeiro, quando alcançou 2,6%”, acrescentou Almeida.
Ele explica que o segundo peso positivo foi do Rio Grande do Sul, 2,9%, puxado pela fabricação de móveis, que tem grande influência na indústria gaúcha. “Trata-se da primeira taxa positiva depois de dois meses de resultados negativos, eliminando, parcialmente, a perda acumulada nos dois meses anteriores de 5,6%”, disse.
As maiores altas foram na Bahia (4,3%) e na Região Nordeste (3,3%), ambas com expansão pela segunda vez consecutiva. Espírito Santo (2,5%), Minas Gerais (2,4%), Pernambuco (2,3%), Santa Catarina (2,1%), Mato Grosso (2%) e Paraná (1,3%) também alcançaram expansões mais intensas do que a média nacional (0,3%), enquanto Ceará (0,2%) completou o conjunto de locais com índices positivos em setembro de 2019.
A queda mais intensa ocorreu no Pará (-8,3%), eliminando o crescimento verificado em agosto (8,2%). Amazonas (-1,6%), São Paulo (-1,4%), Rio de Janeiro (-0,6%) e Goiás (-0,1%) completam o quadro de resultados negativos.
No caso de São Paulo, estado de maior concentração industrial, houve pressão da produção de veículos automotores e de alimentos, ambos com resultados negativos. Almeida destacou que o setor de veículos tem comportamento bastante volátil.
“Uma das razões é a falta de escoamento da produção devido à crise argentina e cautela nas decisões de consumo das famílias. Já o setor de alimentos teve pressão negativa por parte da produção de açúcar, que está se encaminhando para a entressafra e pelo fato de parte da produção ter sido destinada para a fabricação de etanol”, ressaltou Almeida.
Indústria cresce em seis locais na comparação com setembro de 2018
Em relação a setembro do ano passado, o setor industrial cresceu 1,1%, com seis dos 15 locais pesquisados apontando resultados positivos. Amazonas (16,7%) apresentou a maior expansão, impulsionada, principalmente, pelo aumento nos setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, bebidas, equipamentos de informática, televisores, motocicletas e aparelhos de ar condicionado. Paraná (7,4%), Rio de Janeiro (7,0%), Santa Catarina (5,2%), São Paulo (3,6%) e Goiás (1,6%) completaram o conjunto de locais com avanço na produção nesse mês.
Ceará (0,0%) mostrou variação nula, enquanto Espírito Santo (-14,1%) e Pernambuco (-7,6%) apontaram os recuos mais intensos nessa comparação.
De acordo com o analista da pesquisa do IBGE, a indústria tem apresentado caráter volátil devido à conjuntura que favorece o comportamento errático. “Além da crise da Argentina – um de nossos principais importadores -, há o desemprego elevado, com menos contratações na indústria, o que impacta na produtividade e na produção. Outra razão conjuntural é o cenário de incerteza que atinge tanto o produtor, que tem mais cautela na decisão de investimentos; quanto as famílias, que têm decisões de consumo com maior cuidado”, analisou Almeida.

IBGE

 

Redação

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