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Caça de animais silvestres aumenta no inverno

Dados da Polícia Ambiental do Paraná comprovam aumento de 60% no período em 2018 em comparação com o ano anterior

Apesar da caça de animais silvestres ser proibida em território brasileiro desde 1967 por meio da Lei de Proteção à Fauna (Lei 5.197/67), a prática ainda é muito comum pelo Brasil e, cada bioma e cada espécie, revela ter um nível de ameaça diferente. As motivações para realização desta atividade variam desde o consumo para alimentação, em geral quando se tratam de mamíferos ou aves, até capturas para manutenção como animais domésticos.

Em regiões onde o clima é mais frio, a caça de animais silvestres aumenta no inverno. Segundo dados do Batalhão da Polícia Ambiental do Paraná – Força Verde (BPAmb-FV), o número de apreensões de armadilhas para a fauna em todo o Estado cresceu de 761 entre junho e setembro de 2017 para 1.220 apreendidas no mesmo período de 2018. O aumento representa um crescimento de 60%. Outro indício que comprova que a caça é mais intensa durante os meses mais frios do ano é o número de armas de fogo apreendidas pelo Batalhão. Apenas durante o inverno de 2018, foram mais de 130 armas e 2.344 munições apreendidas.

Alguns fatores contribuem para esse aumento. De acordo com o capitão do BPAmb-FV, Álvaro Gruntowski, o inverno é uma época em que o alimento é mais escasso na floresta, por isso o animal acaba se expondo mais para conseguir se alimentar e é facilmente atraído pelas “cevas”, alimentos deixados em local estratégico para atrair o animal. A estação também coincide com o período reprodutivo de muitas espécies, deixando-as ainda mais vulneráveis. “Mas o principal fator é a temperatura mais amena, o que torna o deslocamento do caçador mais fácil e confortável dentro da floresta”, ressalta Gruntowski.

O coordenador das reservas da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), Reginaldo Ferreira, instituição que é proprietária de três Reservas Naturais no litoral do Paraná – das Águas, Guaricica e Papagaio-de-cara-roxa –, conta que algumas  armadilhas utilizadas pelos caçadores também podem representar risco para quem transita por estas áreas naturais

e para os policiais do BPAmb-FV, como é o caso do “trabuco” ou armadilha de carreiro, que consiste em uma arma de fogo instalada com um dispositivo que é acionado quando o animal passa pela trilha. “Nossas atividades incluem o monitoramento dessas áreas, em parceria com o Batalhão, para prevenir ilícitos ambientais como desmatamentos, a caça ou captura de animais silvestres, corte de palmito nativo ou qualquer outra atividade ilegal dentro dessas áreas. Infelizmente, ainda sofremos muito com a caça predatória na região, o que representa uma ameaça não apenas para os animais, mas para quem anda pela mata também”, explica Reginaldo.

 

SPVS

Redação

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